terça-feira, 7 de junho de 2016

Filha da madrugada


Sou a filha da dor das madrugadas,
Vejo à noite o que ao dia ninguém ver.
De manhã observo o sol nascer
Sob a cama das ruas, nas calçadas.
Minhas partes íntimas machucadas...
São feridas morais por eu saber,
Que elas foram tocadas sem prazer,
Sem respeito também foram largadas.
Lá em casa é ‘um entra de homem e sai’,
Nenhum deles, esposo nem o pai,
Mas eu sou deles todos, uma trilha.
Nessa vida de tanto sofrimento,
Só me sirvo pros homens, de alimento,
Pra poder dá comida a minha filha.
Lucas Rafael

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