segunda-feira, 14 de março de 2016

Cru


Já não cabia ali
Levantei-me tateante, vagarosa
Busquei paredes, portas,
Pedaços de real

Já não cabia em mim
Abri o chuveiro
A água bateu na pele quente
Subiu vapor de vida em superfície que se queria morta

Já não caibo aqui
Olho absorta a gota que desce vertical na superfície do espelho
Outras gotas estenderam-se pelo corpo desenhando mapas de dor e desalento
O dia cru produz desespero , mas a poesia ainda não suicidou.
Tatiane de Andrade

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