É ofensivo.
Pais, amigos e muitas pessoas
portadoras da Síndrome de Down têm dito que prefeririam um termo que não soasse
como uma espécie de “cachorro de meia-raça”. Ou que não fosse usado, nas ruas,
como sinônimo pejorativo de idiotia total para pessoas consideradas normais.
É totalmente incorreto.
O médico que identificou a
síndrome – um inglês chamado John Langdon Down, em 1866 – pensou, naquela
época, que a desvantagem resultava de um regresso às raças inferiores. Ele
criou o termo Mongolian Idiots (Idiotas Mongóis) que, com o passar dos
tempos, chegou ao Brasil e a outras partes do mundo com a variante Mongolóide.
Mas, Down (que deu seu nome à síndrome), em suas pesquisas, também chamou Negroid
Idiots (Idiotas negróides), Aztec Idiots (Idiotas Astecas), Malaysian
Idiots (Idiotas Malaios) mas nenhum desses se integrou à linguagem. A
teoria da raça inferior foi uma avaliação absolutamente imprestável, errada e,
claro, injusta. A causa é um acidente genético e pode acontecer a qualquer
casal.
Transmite a imagem errada.
Mongol e Mongolóide são
palavras que traduzem o preconceito racial da comunidade científica do século
passado e lembram o quadro dos lunáticos institucionais da época. Em 1959, os
franceses descobriram que a Síndrome de Down era um acidente genético, o que
desmontava a teoria de Down. Nossas crianças estão perto de serem plenamente
desenvolvidas, especialmente em ambientes familiares onde seu potencial seja
estimulado, em colaboração com clínicas especializadas. Muitas andarão,
falarão, irão ler e escrever e poderão se transformar em adultos
semi-independentes, capazes de fazer escolhas reais sobre suas próprias vidas.
O que gostaríamos que
você dissesse. |
Você pode achar que Síndrome de Down soa como uma
expressão muito técnica. Mas, é o termo correto. Com boa vontade, você poderá
incorporá-la em seu vocabulário habitual. Diga, por exemplo, “Maria, que é
portadora da Síndrome de Down” ou “Beatriz, uma menina com Síndrome de Down” ou
use a palavra Down como um termo mais simples, acoplado ao nome de seu
portador, como “Antônio, uma criança com Down” ou ainda “Zezinho, uma criança
Down”. Viu como é simples?
O que gostaríamos que
você evitasse. |
Não diga Síndrome de Down e
depois emende, como se fosse uma tradução, as expressões Mongol, Mongolóide ou
Mongolismo. Claro, porque você não pode ajudar a introduzir a aceitação
de uma expressão nova e correta, se você ainda guarda os termos antigos ligados
a ela, ou seja, as mesmas expressões ofensivas. O termo Síndrome de Down foi
criado há quase 50 anos: quanto tempo irá levar para que os termos errados
sejam abolidos do nosso vocabulário? Nos Estados Unidos, em algumas cidades (e
em todo o estado da Califórnia), o uso dos termos Mongol e Mongolóide é
proibido por lei. Nós sabemos que não podemos trocar a linguagem pela
legislação. Mas, podemos mudá-la com a sua ajuda. Outra coisa: nossas crianças
não sofrem de Síndrome de Down. Não existe nenhuma dor envolvida. Muito ao
contrário: nossas crianças são muito felizes. Então, não diga sofre de
Síndrome de Down.
Nós pensamos em nossas crianças
como pessoas, antes de mais nada. E queremos sua colaboração nesse sentido.
Ignorância é uma forma de derrota. Ajude-nos a acabar com a ignorância de uma
porção de pessoas sobre esse assunto. Afinal, ninguém é obrigado a saber tudo.
Comece, por exemplo, contando para seus parentes e amigos que você recebeu este
folheto. Obrigado.
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