segunda-feira, 21 de março de 2016

Não diga Mongolóide ou Mongol. Por quê?







 


É ofensivo.
Pais, amigos e muitas pessoas portadoras da Síndrome de Down têm dito que prefeririam um termo que não soasse como uma espécie de “cachorro de meia-raça”. Ou que não fosse usado, nas ruas, como sinônimo pejorativo de idiotia total para pessoas consideradas normais.


É totalmente incorreto.
O médico que identificou a síndrome – um inglês chamado John Langdon Down, em 1866 – pensou, naquela época, que a desvantagem resultava de um regresso às raças inferiores. Ele criou o termo Mongolian Idiots (Idiotas Mongóis) que, com o passar dos tempos, chegou ao Brasil e a outras partes do mundo com a variante Mongolóide. Mas, Down (que deu seu nome à síndrome), em suas pesquisas, também chamou Negroid Idiots (Idiotas negróides), Aztec Idiots (Idiotas Astecas), Malaysian Idiots (Idiotas Malaios) mas nenhum desses se integrou à linguagem. A teoria da raça inferior foi uma avaliação absolutamente imprestável, errada e, claro, injusta. A causa é um acidente genético e pode acontecer a qualquer casal.


Transmite a imagem errada.
Mongol e Mongolóide são palavras que traduzem o preconceito racial da comunidade científica do século passado e lembram o quadro dos lunáticos institucionais da época. Em 1959, os franceses descobriram que a Síndrome de Down era um acidente genético, o que desmontava a teoria de Down. Nossas crianças estão perto de serem plenamente desenvolvidas, especialmente em ambientes familiares onde seu potencial seja estimulado, em colaboração com clínicas especializadas. Muitas andarão, falarão, irão ler e escrever e poderão se transformar em adultos semi-independentes, capazes de fazer escolhas reais sobre suas próprias vidas.



O que gostaríamos que

você dissesse.




Você pode achar que Síndrome de Down soa como uma expressão muito técnica. Mas, é o termo correto. Com boa vontade, você poderá incorporá-la em seu vocabulário habitual. Diga, por exemplo, “Maria, que é portadora da Síndrome de Down” ou “Beatriz, uma menina com Síndrome de Down” ou use a palavra Down como um termo mais simples, acoplado ao nome de seu portador, como “Antônio, uma criança com Down” ou ainda “Zezinho, uma criança Down”. Viu como é simples?




O que gostaríamos que

você evitasse.




Não diga Síndrome de Down e depois emende, como se fosse uma tradução, as expressões Mongol, Mongolóide ou Mongolismo. Claro, porque você não pode ajudar a introduzir a aceitação de uma expressão nova e correta, se você ainda guarda os termos antigos ligados a ela, ou seja, as mesmas expressões ofensivas. O termo Síndrome de Down foi criado há quase 50 anos: quanto tempo irá levar para que os termos errados sejam abolidos do nosso vocabulário? Nos Estados Unidos, em algumas cidades (e em todo o estado da Califórnia), o uso dos termos Mongol e Mongolóide é proibido por lei. Nós sabemos que não podemos trocar a linguagem pela legislação. Mas, podemos mudá-la com a sua ajuda. Outra coisa: nossas crianças não sofrem de Síndrome de Down. Não existe nenhuma dor envolvida. Muito ao contrário: nossas crianças são muito felizes. Então, não diga sofre de Síndrome de Down.



Nós pensamos em nossas crianças como pessoas, antes de mais nada. E queremos sua colaboração nesse sentido. Ignorância é uma forma de derrota. Ajude-nos a acabar com a ignorância de uma porção de pessoas sobre esse assunto. Afinal, ninguém é obrigado a saber tudo. Comece, por exemplo, contando para seus parentes e amigos que você recebeu este folheto. Obrigado.



Nenhum comentário:

Postar um comentário